Viver é empreender

Vivemos momentos de crise, nos mais diversos aspectos. A crise política é uma delas – tanto no âmbito nacional quanto internacional. Em decorrência, constatamos agravamento na crise econômica – basta uma rápida análise dos indicadores. Observa-se também a crise moral, a crise ambiental, os embates religiosos.

Pessoas e empresas sentem os reflexos das crises. O nível de insegurança e medo aumenta consideravelmente em toda parte. Tsunamis de dados e informações invadem as residências, despejando tudo o que está acontecendo de ruim pelo mundo.

Empreender neste ambiente é tarefa que requer muito preparo, disciplina, persistência, planejamento e gestão. Ouço frequentemente empresários confessarem que já pensaram em desistir de tudo, em vender seus negócios.

No entanto, ao refletir sobre a conjuntura atual, chego a algumas conclusões:

a) Embora tenhamos a sensação de que empreender nos momentos de crise é altamente perigoso, é imprescindível constatar que empreendimentos sempre estão associados a determinado grau de risco – seja quando a economia está crescendo muito, seja em períodos recessivos da atividade econômica. Se a crise limita muito o crescimento, ela pode promover momentos importantíssimos para a redução do desperdício, para contratação de talentos, para melhoria nos controles, para a inovação, para aprimoramento da habilidade de negociação e, consequentemente, para a destruição da arrogância.

b) Momentos de crescimento econômico podem induzir ao consumo exagerado, à tomada de decisão por impulso (sem a devida análise), para investimentos exageradamente otimistas.

c) Empreender é viver. Na vida somos todos empreendedores. Necessitamos de objetivos e metas, de planejamento, organização, disciplina e determinação para viver. Não chegaremos a lugar nenhum se não soubermos analisar o ambiente e os cenários futuros. Portanto, abrir mão de empreender na pessoa jurídica, em momentos difíceis, é como abrir mão de viver na pessoa física. É claro que, muitas vezes, é inevitável desinvestir, vender uma empresa. Mas continuaremos empreendendo em outros níveis – seja abrindo novo negócio, seja trabalhando como colaborador numa organização (sendo, assim, um empreendedor interno).

Ao avaliarmos as oportunidades que o ambiente de crise proporciona, podemos rever paradigmas antigos e desenvolver novos modelos de negócio para nosso público-alvo (e/ou para novos públicos, novos mercados). Passamos a zelar muito mais pelos nossos ativos, produtos, serviços e pelas pessoas em geral, dedicando mais atenção para as relações e para o fluxo de caixa (por estranho que possa parecer), tomando decisões mais cuidadosas e mais embasadas em informações.

Viver é empreender. É hora de abrir portas e janelas para seguir em frente.

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