Qual a sua experiência com o tempo?

Quando viemos ao mundo ganhamos vida e junto com ela recebemos também o tempo. Tempo representado pelo passado, presente e futuro. Tempo ontem, hoje e amanhã. Quando criança o passado era nossa recente experiência dentro do ventre materno e posteriormente ao aconchego da família, que ora se apresentava. O presente era o aprendizado do novo, em tudo, e o futuro se abria às nossas escolhas. Pergunto-me, atualmente, estou crescendo com a mesma dimensão do tempo? Como foi e como está a minha experiência com o tempo? Qual é minha percepção quanto ao tempo das coisas? Certamente, o tempo continua o mesmo, mas o que mudou, foi minha maneira de experimentar o tempo. Podemos assim, admitir que o que mudou foi o ser humano que interpreta o tempo.
Nos dias de hoje temos um modo de viver muito mais acelerado e muitas vezes, não temos ou buscamos tempo, para adormecermos sobre as questões. Creio que em tempos atrás tínhamos mais tempo e paciência para esperar. Hoje na pressa do dia a dia, acostumados à praticidade de todas as coisas, somos exigentes a consumir a vida com cada vez menos tempo. Mudamos o jeito de esperar o mundo. Temos muita dificuldade em nos aquietar, queremos tudo pronto. Precisamos nos ocupar de que vamos colher o fruto no tempo certo. Deus não tem pressa, temos que permitir a construção da resposta no tempo, no entanto, fazer o esforço da caminhada, ter disposição.
Ter consciência de que existe um tempo para cada coisa e que a vida tem suas regras, sempre favoráveis a nós. Como na frase de Cora Coralina “o que vale na vida não é somente o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.

É muito importante ter a consciência em aprender o tempo de cada coisa. Aprender que o sorriso é construído através dos acontecimentos no tempo, que é como descobrir a música que está em determinado instrumento, a preparação com o tempo em estudar aquele instrumento. A prática nos leva a perfeição. Ninguém fica bom por acaso, saber experimentar a sabedoria pelo que já se viveu, ter encontrado o que se estava procurando e assim permitir que a vida aconteça de forma natural. A sabedoria visita o coração da gente e possibilita a criatividade. Podemos assim, dar um novo significado para a vida e permitir a construção da sabedoria, olhar o que já foi vivido e encontrar um novo significado. Não admitir perder a oportunidade de ser feliz pelas ansiedades criadas.
Refletindo nossas realidades rurais, nos conscientizar que a espera é natural, que devemos adquirir a sabedoria das esperas. Não se trata de nada fazer e sim acreditar que a semente tem seu tempo em seu tempo natural. Precisamos impor o cuidado humano e que o resto depende de Deus. Ampliando essa dimensão, isso se aplica a nossos sentimentos. É preciso plantar, ter atitudes produtivas todos os dias, plantar um novo tempo. Viver o renascimento, pois a vida mudou e avançou e assim descobrir um novo motivo gerando a oportunidade de uma nova colheita.
Como em um canteiro de hortaliças, contemplar as fases de cultivo, tais como, das recém-plantadas, das mudas maiores, das mudas transplantadas, etc. Saber que é sábia a administração do tempo de cada canteiro, para que nunca falte alimento, multiplicando e tendo sempre um novo canteiro, plantando sempre, no tempo de cada coisa.
Dentro de nós temos o nosso canteiro. Não podemos perder a dinâmica das esperas, o tempo de nosso preparo, tempo de nos cuidar e gerar frutos.
Concluindo, convido você a refletir sobre a frase de Charles Chaplin, que sempre nos emocionou com sua singela alegria “Lutemos por um mundo bom, que a todos assegure o anseio de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice”. Pode-se observar que trata das pessoas em seus respectivos tempos. E você, que resultado espera com sua experiência com o tempo?

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