Na minha vida pessoal, profissional ou social costumo praticar a misericórdia?

Estamos no ano da misericórdia e etimologicamente, misericórdia significa abrir o coração ao miserável, ou seja, é uma atitude de acolher, de doar, de quem se dedica a perdoar.
As pessoas procuram, sobretudo, alguém que as escute; alguém disposto a dar o seu tempo para ouvir os seus dramas e as suas dificuldades.
As vezes ouvimos ou usamos essa frase: “Não suporto mais!” Chega um ponto que você precisa ser compreendido, ser cuidado, ser curado, perdoado. Você tem necessidade de se reerguer para retomar o caminho.
Quando se experimenta o abraço da misericórdia, quando nos deixamos abraçar, quando nos deixamos tocar; então a vida pode mudar, porque procuramos responder a este dom imenso e surpreendente.
Pode acontecer de você não querer receber a misericórdia, quer dizer que não sente essa necessidade. Por vezes, pode ter dificuldade em perceber o que lhe aconteceu. Às vezes, você pode desconfiar, acreditar que não é possível se reerguer. Ou, então, prefere ficar com as suas feridas e faz como o cão: lambe com a língua, lambe as feridas. Essa é uma doença narcisista que só traz amargura. Existe um prazer na amargura, um prazer doentio.
Se sairmos da nossa miséria, se continuamos perdidos, se desesperamos da possibilidade de sermos perdoados, acabaremos por lamber as feridas que permanecem abertas e nunca nos curaremos. No entanto, existe o remédio, existe a cura, se dermos um pequeno passo para a mudança. Basta uma mínima abertura, basta levar a sério a sua própria condição. É também importante conservar a memória, recordar de onde viemos, o que somos, o nosso nada. É importante não pensarmos que somos autossuficientes.
A misericórdia é um elemento importante, aliás, indispensável nas relações entre os homens, para que haja fraternidade. Apenas a medida da justiça não basta.
O Papa Francisco relata que as coisas que ocorrem espontaneamente, são coisas do Senhor, cultivada na oração e diz que se acostumou a nunca confiar na primeira reação que tem perante uma ideia que vem ou uma proposta que lhe é feita. “Nunca confio, até porque, em geral, a primeira reação é equivocada, aprendi a esperar, a confiar no Senhor”.
Baseando–se nisso, quão bom seria se ao responder a uma atitude, usássemos da sabedoria em pensar melhor sobre o que fazer e como fazer, em falar e como falar. Muitas vezes reagimos como um impulso que nos vem, falamos e muitas vezes fazemos algo que não é melhor nem para nós e nem para o outro. Se conseguirmos nos conter e conter nossa ansiedade de reação talvez possamos ser mais assertivos em nossas atitudes, seremos assim, pessoas melhores, mais fraternas, mais solidárias e mais misericordiosas. Você já pensou sobre isso?

Adicionar a favoritos link permanente.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *