Inteligência Financeira e a gestão do futuro

O assunto Finanças Pessoais aparece, com frequência, nas reuniões familiares. Especialmente em momentos difíceis da economia nacional/mundial. Sempre tem alguém para dar conselhos sobre o tema.
Na verdade, nem todos têm a oportunidade de vivenciar em casa, quando somos crianças, exemplos claros sobre a prudência que devemos ter na utilização dos recursos financeiros. Muitos de nós não têm referência clara sobre este aspecto tão fundamental na sociedade em que vivemos. Os reflexos desta lacuna se apresentam na vida adulta, quando há um consumo enorme de energia e paz, nas noites mal dormidas, pensando em juros bancários, contas de telefonia celular, demonstrativos de despesas nos cartões de crédito, pagamentos de aluguéis e parcelas intermináveis referentes a aquisição de automóvel.
Passamos a trabalhar para pagar contas – não para realizar sonhos. E isto provoca tristeza profunda, brigas conjugais, cobranças constrangedoras.
Cabe lembrar que o desenvolvimento da inteligência financeira tem por propósito viabilizar necessidades materiais para que sejamos felizes. Se pensarmos no dinheiro como fim (e não como meio) não teremos realizações, equilíbrio e um certo grau de felicidade – teremos frustrações, desconfiança, ganância, ansiedade e, por vezes, depressão.
O papel da inteligência financeira é propiciar a gestão do futuro. O termo é pretensioso e exagerado, uma vez que não temos condições de controlar todos os fatores decisivos que contribuem (ou atrapalham) nossos planos para o amanhã. Mas devemos, aqui, desenvolver um planejamento flexível, admitindo mais de uma alternativa, em função dos possíveis cenários que podem acontecer nos próximos anos. Para falar a verdade, isto não garante certezas. Mas pode minimizar riscos (eliminando perigos perfeitamente evitáveis), motivar as pessoas a realizar certas privações no presente para obter realizações futuras bastante expressivas. Pode evitar muitos problemas e angústias.
Como exemplo, podemos lembrar das preocupações que as pessoas têm na velhice associadas a ausência (ou insuficiência) financeira. Sabemos que existe tendência clara de aumento da longevidade. Cada vez mais as pessoas atingem 90 anos (ou mais). É quase uma certeza. Este é um bom motivo para planejar nossas finanças para gerir nosso futuro? O que pode ser feito agora para que tenhamos uma velhice digna e, dentro do possível, feliz?
Outras questões oportunas para pensar (e agir agora):
– Vale a pena investir agora na minha carreira profissional? No que esta atitude pode ajudar na gestão do meu futuro?
– Aonde devo aplicar, disciplinada e regularmente, para obter rendimentos que possam ajudar a atingir um sonho (ou a minimizar um pesadelo)?
– Como e quando devo gastar meus recursos financeiros? Vale a pena grandes dispêndios de dinheiro para adquirir um bem que consome muito dinheiro (como a compra de um veículo com valor de seguro elevado, com manutenção alta, que consome muito combustível, com grande desvalorização no valor de revenda)?
– Não seria o momento de conversar e compartilhar assuntos referentes às finanças com todos os membros da família? Não seria importante e urgente a participação das pessoas para planejar como consumir os recursos na linha “sabendo usar não vai faltar”?
Convido o leitor a refletir um pouco sobre o preço a ser pago para manter um irreal status social, uma sequência de prazeres momentâneos e efêmeros resultando numa vida de sofrimento por conta de ações não pensadas suficientemente.

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