Cuidar do Caixa da Empresa: o que isto tem a ver com os clientes?

Planejar e controlar o fluxo do dinheiro é fundamental para a sustentação e o crescimento das empresas. Na verdade, as falhas e as virtudes ficam mais evidentes quando apuramos o saldo bancário de todas as organizações. A dificuldade (ou facilidade) em honrar os compromissos financeiros reflete, diretamente, os resultados de qualquer negócio. Muitas empresas não conseguem pagar suas contas em dia. Em função desta dificuldade, entram em CVEP (Ciclo Vicioso de Extremo Perigo):
a) Começam a descontar seus recebíveis, para antecipar a entrada de caixa. Com as taxas de juros perversas, ocorre uma corrosão muito grande na lucratividade. Com o tempo, esta ação mostra-se ineficiente e acaba levando a outra etapa:
b) Começam a fazer empréstimos bancários (ou com terceiros – o que é extremamente perigoso) sem se preocupar com os encargos altíssimos que envolvem estas operações (juros, IOF, taxas de contratos). A urgência na obtenção de caixa leva a atitudes desesperadas, sem qualquer análise. O que era visto como remédio, agrava drasticamente a situação do caixa. Surge então a terceira etapa:
c) A empresa já não consegue mais empréstimos para cobrir os rombos no caixa. Perdeu o crédito com bancos pois já não consegue pagar parcelas dos empréstimos realizados. Passa a viver os reflexos da inadimplência: fornecedores reduzem prazos de pagamento (ou só vendem a vista), não existem recebíveis (pois já foram descontados), recebem pressão dos bancos.
Se nada for feito, a empresa entra em insolvência.
Uma pergunta a ser respondida: como será possível a empresa permanecer no seu foco, aplicar suas competências essenciais para desenvolver produtos e serviços diferenciados e inovadores para atender (e satisfazer) seus clientes (atuais e futuros) dentro de um CVEP? É possível fazer bons negócios neste contexto destrutivo?
Diante do ambiente extremamente volátil que vivemos atualmente é necessário contar com todos na empresa para que seja possível eliminar desperdícios. Os recursos devem estar centrados em atividades que agreguem valor para os clientes. Desta forma, haverá menos pressão para que os preços de venda abaixem. E se isto acontece, a entrada de recursos (dinheiro) será muito mais consistente, justa e lucrativa.
Planejamento e controle do fluxo de caixa promovem um ambiente de maior previsibilidade nos gastos que poderiam ser evitados. Evitam descontos de duplicatas e contratação de empréstimos altamente desvantajosos. E a empresa passa a diferenciar-se por honrar seus compromissos financeiros.
Ela entra, definitivamente, em CVS (Ciclo Virtuoso Sustentável), promovendo um clima favorável à inovação, produtividade, identificação de oportunidades e qualidade de vida no trabalho. A organização passa a interpretar melhor as restrições do mercado e da economia, podendo entregar soluções adequadas a seus clientes. Além de aprender muito, aprimorando seus processos e competências.
Voltamos, assim, ao começo desta conversa. Cuidar bem do caixa: o que isto tem a ver com os clientes?

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