Com que você tem se ocupado? Como você tem caminhado?

Refletindo um pensamento africano, recordei-me de um fato ocorrido em meados dos anos 1990. Essa reflexão me permitiu pensar sobre a continuidade da vida e os ensinamentos obtidos no tempo. A reflexão diz algo assim: Se você quiser ir depressa vá sozinho, mas se quiser ir longe, faça a caminhada com outras pessoas, compartilhando as experiências. Como escrevi acima, tive a oportunidade de residir nos EUA e em determinada noite, em um jantar na casa do reitor de uma universidade, tive o privilégio de conhecer pessoalmente, um autor e professor que muito me inspirou nos tempos de estudos e desenvolvimento profissional. Seu nome, Peter Drucker, professor e especialista máster em assuntos de gestão e administração. Naquela ocasião ele me concedeu dois conselhos. O primeiro deles, que no próximo século que iria se iniciar, eu deveria procurar estar com outras pessoas alinhadas aos meus anseios pessoais e profissionais, mencionando que se caminhasse sozinho não teria êxito nenhum. O segundo deles e não menos importante foi, “se ocupe com o óbvio”. Algumas horas depois, durante o café, perguntei-lhe se poderia me esclarecer um pouco melhor quanto a essa afirmação e ele me disse: “Quando tinha a sua idade, estive responsável por uma indústria e avaliando a quantidade de produtos disponibilizados, entendi que poderíamos concentrar melhor os resultados e assim propus uma redução nessa linha de produtos. Foi realizado um trabalho perfeito, envolvendo todas as diretorias e departamentos responsáveis quanto aos atendimentos aos clientes, fornecedores, esclarecimentos ao mercado, divulgação e marketing, vendas, produção, etc. Quando chegou o final do exercício fiscal, realizamos um inventário físico e verificamos que daqueles produtos descontinuados, existia uma quantidade muito superior ao planejado, para atendimento de peças de reposições.
Conclusão: todos os envolvidos foram comunicados formalmente, exceção à área de suprimentos, que sem a devida informação continuou realizando as aquisições de acordo com plano anterior. Isso, disse ele, me fez pensar sobre o óbvio”.
Quantas vezes presenciamos situações semelhantes por pensar que o óbvio está sendo observado e na verdade não está? Quantas vezes deixamos de nos ocupar com o tão conhecido “óbvio”?
Isso me motiva a refletir o quanto estamos nos ocupando demais com assuntos às vezes desnecessários e deixamos de nos ocupar com o mais trivial de todas as coisas. Tecnologicamente, estamos cada vez melhores, com tantos recursos disponibilizados, porém pecamos por não nos ocupar humildemente com situações conhecidas e evidentemente importantes e que passam despercebidos por muitos de nós. Avalie dentro de sua área de atuação, quantas coisas são deixadas de lado por achar que esse assunto obviamente está sendo atendido? Quantas oportunidades já foram desperdiçadas por essa falta de atenção? Toda gestão em qualquer gênero, carece de cuidados que muitas vezes são tão óbvios, porém despercebidos. É obvio que já sabemos de tudo isso, mas convido-os a refletir sobre o assunto. Concluindo, onde estou e onde pretendo chegar? Com que tenho me ocupado para ter êxito na caminhada? Isso me parece óbvio?

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