Manhã de 29/10/2019. Roberto Avenir acorda em sobressalto e percebe que está atrasado. O despertador, projetado holograficamente na parede do quarto, mostra que já são oito horas. Pisca incessantemente advertindo que Avenir deixou de acordar na hora certa. O som de sinos, em volume cada vez mais alto, indica que o alarme já foi tocado cinco vezes.
Roberto se veste rapidamente, faz a barba em tempo recorde, engole o café da manhã e aciona, via celular de pulso, o sistema de taxis sem motoristas. Em alguns minutos o carro está na porta. Avenir já tem programado o trajeto até sua empresa e, assim que bate a porta do veículo, ouve uma mensagem alertando sobre como afivelar o cinto de segurança. Logo após, ouve também a mensagem de praxe explicando como funciona o automóvel sem motorista que parte, em seguida, ao destino desejado.
Avenir aproveita para acessar notícias sobre o mercado. Consegue contatar rapidamente e acessar os sistemas de pedidos de dois fornecedores para reprogramar uma entrega. Consulta o sistema WATSON, no viva-voz, e recebe recomendações sobre seus exames médicos periódicos.
Roberto aproveita o trajeto para observar as grandes mudanças que estão acontecendo na cidade – estacionamentos de automóveis virando praças, queda drástica no número de pessoas que se interessam em conseguir uma Carteira Nacional de Habilitação, o avanço exponencial da produção de energia limpa.
Chegando no seu escritório Avenir produz, em sua impressora 3D, o perfume preferido de sua esposa – nossa… hoje é o dia do aniversário de casamento. Imprime também um par de sapatos novos (modelo italiano) para o jantar comemorativo. Depois, olha pela janela do escritório e pensa nas transformações do último triênio.
De repente, se sente em outubro de 2016. Quando Roberto poderia imaginar o que seria atuar como empreendedor em 2019? Passou um filme em sua mente. Quantas empresas novas surgiram? Quantos negócios inovadores, quantos mercados… E quantas organizações sofreram com as novidades sócio-tecnológicas, fechando as portas e encerrando suas atividades?
Concluiu que seria impossível prever todas as modificações que afetariam sua vida e seus negócios. Mas que seria indispensável manter a atenção, quebrar antigos paradigmas, observar micromovimentos, estar antenado para compreender tendências irreversíveis, não se apegar aos processos antigos de produzir soluções.
Muitas pessoas e empresas desconsideraram os sinais das mudanças. Subjulgaram a importância de rever periodicamente algumas convicções. E continuaram oferecendo hoje serviços e produtos para as décadas passadas.
Avenir sacou seu tablet e desenvolveu um texto sobre estas reflexões. Não precisou digitar nada – apenas falou em voz alta, para que o aplicativo instalado em seu redator de texto fizesse aparecer as palavras exatas que pretendia escrever. Salvou em arquivo e batizou o mesmo com o nome “reflexões de Avenir”. E resolveu comprar, também, um ramalhete de flores para a esposa. Desta vez foi até uma floricultura tradicional e escreveu um cartão para ela. Quando chegou na portaria do prédio onde morava, o Sr. Rubens, porteiro do edifício, cumprimentou Roberto com um sorriso nos lábios, abriu a porta do elevador para ele e fez a seguinte pergunta:
“Sr. Roberto, de onde vem o seu sobrenome? O que significa?”
Avenir respondeu:
“Caro Rubens, sou descendente de franceses. Agora você tem condições de saber o que significa Avenir”.
E aí, caro leitor? Descobriu o significado de Avenir?
Como será o seu negócio daqui a três anos?
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