Conversando com empresários, fornecedores, alunos, colegas de profissão, amigos e parentes, constato o alto grau de perplexidade que todos vivemos diante das adversidades de 2016 – e das incertezas associadas a 2017.
As pessoas expressam uma série de sentimentos (claros ou difusos): ansiedade, tristeza, indignação, insegurança, desesperança, medo, raiva. Como resposta aos acontecimentos, boa parte da população reduz a complexidade dos problemas buscando saídas rápidas e radicais para explicar as causas, para propor soluções. Amigos dirigem críticas a amigos por conta das divergências políticas, erguendo muros virtuais (ou tangíveis) entre elas.
O que esperar de 2017?
O que fazer em 2017?
A soma de sentimentos e pensamentos ocupam um lugar maior no coração e na mente, por conta do aumento de espaço em branco em minha agenda neste entardecer de 2016. Reservo alguns minutos para colocar no papel algumas reflexões pessoais sobre 2017:
a) Só devo esperar os eventos de 2017 depois de agir. Para viver é necessário empreender, no sentido mais amplo da palavra. A cada fato ocorrido é importante sentir, pensar, decidir e agir (ao invés de reagir sem reflexão). Cabe a mim assumir atitudes (e responsabilidades) e só depois aguardar os acontecimentos (sobre os quais não tenho o mínimo controle).
b) O cenário extremamente complexo que se apresenta para 2017 (que batizamos, de maneira simplista, como crise) é, antes de tudo, uma soma de condições ambientais que carecem de leitura crítica. As dificuldades geram oportunidades (se eu conseguir manter a calma, o discernimento, a análise e a atitude correta). Em 2017 o que devo cultivar? Será que não é o momento de reduzir desperdícios? De promover alianças saudáveis com fornecedores, com parceiros, com clientes? Não será um bom momento para capacitar as equipes, de consumir de maneira responsável? De investir no que tem prioridade? De desenvolver projetos, em conjunto, visando a minimização de prejuízos e/ou a maximização de lucros?
c) Em 2017 cabe a mim desenvolver, portanto, a capacidade de negociação e respeito às ideias. O momento é de unir – e não de separar. Esta habilidade terá grande valor no ano que se aproxima (ainda é um recurso escasso).
d) Preciso estar, mais do que nunca, vivendo o momento presente. Minha mente deve estar disciplinada para não se perder no passado – e para não me angustiar tentando “viver no futuro”.
e) No ano que vem, preciso entender que tudo o que posso fazer é vivenciar esta existência. Que o importante é buscar extrair os bons frutos que cada momento nos proporciona – no aprendizado, no desenvolvimento de comportamentos construtivos, no aprimoramento das relações com os homens e com a natureza, na serenidade para enfrentar adversidades, na construção da paz e da harmonia. E isto é tudo. Sobre os resultados, no entanto, jamais teremos certeza absoluta. Assim é. Assim será.